
No sábado fomos assistir a apresentação "Em algum lugar fora do mundo". A peça/dança era muito interessante, já começava fora da sala na entrada do teatro. A performance se desenvolvia com sons e dança, poesia declamada e interação com o público. A primeira coisa que passou pela minha cabeça foi "Legal! Esse formato mexe com a ilusão do espectador." Qual delas? A que somos capazes de observar tudo que se passa em cima de um palco ou numa tela.
Depois disso fomos levados pra dentro da sala, onde barracas de acampamento estavam armadas, cadeiras ao lado delas, imagens projetadas ao fundo e a performance rolando no palco. A cacofonia visual e sonora transborda o palco e vem para os assentos, onde os integrantes do grupo convidam os espectadores a deixar seu papel de lado e se transformarem em elementos do espetáculo. Daí muitos levantam das cadeiras e passam pro palco, adentram as barracas e aprofundam a jornada pra fora do mundo cotidiano.
Os textos e a dinâmica do espetáculo propõem questionamentos pessoais sobre verdade, mentira, ilusão, realidade, percepção, sensação, maniqueísmo... Numa poesia peculiar que sugere a reflexão, o balanço do olhar cotidiano, uma mudança no ponto de vista de pequenas verdades e, em suma, potencializado que cada indivíduo saia de lá com um espetáculo realmente seu, para além da interpretação individual.
Para mim, que estive com as janelas da alma semicerradas ao longo do espetáculo numa teimosia crítica e racional, o espetáculo não leva para fora do mundo. Ao contrário, tenta estabelecer seu papel de obra de arte fazendo o espectador reler seu mundo e se modificar com ele.
2 comentários:
Eu realmente gostaria de ver algo desse tipo. Isso sempre me despertou um grande interesse...
Fala com a Ju e tenta ver com ela em São Paulo! Vcs vão gostar. =)
Postar um comentário