quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

There and back again

É, as aulas voltaram e eu nem mesmo esperei completar a primeira semana para surtar previamente com a monografia. Estou com uma grande sensação de chickening out - sei lá se isso mesmo que eu quero que a expressão seja.

Eu sabia que deveria ter terminado American Gods antes de hoje, mas não consegui. O livro é excelente, mas agora estou me sentindo culpado de usar a "cota de leitura em inglês do dia" no livro e não num artigo. Igualmente estou me sentindo culpado por escrever no blog no lugar de escrever no word alguma coisa do fichamento de um dos meus supostos autores principais.

Pelo menos está chovendo, assim eu não fico deprimido de ficar em casa soterrado em livros.

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Retirado de American Gods (Neil Gaiman) - p. 174-175 - tradução livre

(...)
"Shadow", ela disse. "Precisamos conversar."
Shadow não disse nada. Ela abriu sua bolsa e retirou um cigarro, acendou com um isqueiro caro de prata e deixou o isqueiro de lado. "Estou falando com você", ela disse. "Então?"
"Isso é loucura", disse Shadow.
"Como se o resto da sua vida fosse muito são? Me dá um tempo, porra."
"De qualquer modo... Lucille Ball conversando comigo da televisão é, de longe, a coisa mais estranha que me aconteceu até agora", disse Shadow.
"Não é Lucille Ball, é Lucy Ricardo. E quer saber de uma coisa? Nem mesmo sou ela. É apenas um modo mais fácil de você ver, dado o contexto. Só isso." Ela se mexeu no sofá desconfortável.
"Quem é você?", perguntou Shadow.
"Ok", disse ela. "Boa pergunta. Eu sou a caixa idiota, sou a TV. Sou o Olho-que-tudo-vê e o mundo de raios catódicos. Sou o tubo de imagem. Sou o pequeno templo onde a família se reúne em adoração."
"Você é a televisão? Ou algo na televisão?"
"A TV é o altar. Eu sou aquilo pelo qual as pessoas se sacrificam."
"O que elas sacrificam?", perguntou Shadow
"Seu tempo, normalmente", disse Lucy. "Às vezes uns aos outros." Ela levantou dois deods e soprou uma fumaça imaginária das pontas deles. Então ela piscou, uma grande piscada I Love Lucy.
"Você é uma dinvindade?", perguntou Shadow.
"Lucy sorriu, e soltou uma baforada bem de mulher de seu cigarro. "Você pode dizer que sim", ela disse.
"Sam manda um oi", disse Shadow.
"Quê? Quem é Sam? Do que você está falando?"
Shadow olhou seu relógio. Era 00:25h. "Não importa," ele disse. "Então, Lucy-na-TV. Precisamos conversar sobre o quê? Muitas pessoas precisam conversar ultimamente. Em geral acaba com alguém me batendo."

Um comentário:

Grivicich disse...

Me deu vontade de ler esse livro!!!
Cara, se vc já ta surtando então é melhor deixar pra se sentir culpado depois.

Quem sou eu

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Eu sou cheio de desejos, que me levam pra várias direções; e como um Menino Maluquinho gostaria de poder abraçar o mundo com as pernas na tentativa de saciá-los. Extremamente vaidoso, principalmente com meu intelecto e minha capacidade de aprender coisas novas. Urbano demais, filho do barulho e do ar da cidade, do excesso de informação e das cores da pólis. Articulado com as palavras em vários momentos, mas receoso do quanto elas me expõem muitas vezes. Susceptível a elogios e a beleza, em várias expressões. Apaixonado pelas artes, tanto que gostaria de ser muito hábil em alguma delas para agir como uma segunda voz. Uma colcha de retalhos de idéias, conceitos, memórias, projeções e outras abstrações, sonhador, curioso... bem curioso, eu diria. Oscilo entre pessoas e lugares com certa facilidade. À medida que amadureço vou adotando algumas certezas e algumas regularidades que me eram sufocantes. Adoro cantar. Sou do tipo que sente mais saudade quando reencontra do que quando está longe. Amo água. Detesto a maioria dos esportes. Sou bicho de bando e viajaria sempre se possível. Dentre tantos que abrigo, isso é parte de mim.